Jim Carrey critica Kick Ass 2

Pois então, macacada… Como sabem Jim Carrey está fazendo o papel do Coronel Stars no novo filme baseado na HQ Kick Ass, mas parece que o careteiro não curtiu muito o filme…

Nesse fim de semana o ator twitou duas vezes falando sobre o filme, criticando os níveis de violência da produção e também sua preocupação com alguns fatos ocorridos nos EUA envolvendo tiros e vítimas… Vejam:

Eu fiz Kick-Ass 2 um mês antes da tragédia de Sandy Hooks e hoje eu penso em tudo o que aconteceu e sinceramente não posso apoiar esse nível de violência.

Peço desculpas aos todos os envolvidos no filme. Não tenho vergonha de ter feito parte dele, mas tudo o que aconteceu desde então me fez mudar a minha opinião

Se você não sacou, Jim Carrey tá falando do massacre na escola Sandy Hook, em Newtown, Connecticut, onde, em dezembro do ano passado, Adam Lanza, de 20 anos, invadiu uma escola primária e matou 26 pessoas – 20 crianças com idades entre 6 e 7 anos e seis adultos.

Quem saiu em defesa do filme e deu uma refutada nas declarações de Carrey foi Mark Millar, idealizador da HQ que originou o filme, ele disse o seguinte no seu fórum:

Em primeiro lugar quero deixar claro que eu simplesmente amo o trabalho de Jim Carrey, ele é um ator como nenhum outro e uma força da natureza completamente imprevisível quando está nos sets de filmagem… Lembro que, quando estávamos fazendo o primeiro filme, Jim almoçou com Matthew Vaughnm e eles conversaram sobre o primeiro Kick Ass, a conversa o animou tanto que ele apareceu vestido como o personagem no programa de Conan O’Brien naquela noite (com o entrevistador vestido de Superman), e achei isso fantástico.

3 anos mais tarde o temos á bordo da continuação de Kick Ass, e eu o vejo atuando na versão final do filme, exibido numa sessão especial em Londres, e lhes digo que ele simplesmente rouba cada cena que aparece como o Coronel Stars… e confesso que fiquei surpreendido quando vi Jim, agora há pouco, retirar seu apoio ao filme por causa da violência.

Como vocês sabem Jim é um fervoroso defensor do controle das armas nos EUA, e eu respeito suas opiniões… Mas esse seu anúncio faz parecer que o que está sendo mostrado nesse filme não estivesse no seu roteiro quando ele aceitou fazer parte dele, e isso não é verdade.

É claro que o filme é violento, temos uma alta contagem de corpos e muito sangue espalhado, mas o que esperar de um filme chamado “Kick-Ass”? Minhas HQs são incondicionais, e voltadas pra um público diferenciado, e convenhamos que se você gostou do tyom do primeiro filme, não teria porque condenar esse segundo.

Assim como Jim eu fico chocado com a violência no mundo real, mas kick-Ass 2 é uma obra de ficção, com atores e profissionais variados produzindo um produto de entretenimento… Assim como os trabalhos de Tarantino, Peckinpah, Scorcese, Eastwood, John Boorman, Oliver Stone e Chan-Wook Park nós não nos eximimos de mostrar sangue, violência e suas consequências como em muitos blockbusters de hoje em dia.

Ironicamente, o personagem de Jim em Kick-Ass 2 é um cristão e nós frisamos no filme que ele se recusa a disparar uma arma – algo que Jim disse tê-lo atraído à produção.

Por fim, nunca compactuei com essa ideia de que a violência nos filmes reverbera pra sociedade, nosso trabalho é entreter as pessoas com filmes de ação, e não podemos ser sabotados ao ponto de não usarmos armas ou atos violentos nesse tipo de filme… imaginem Johns Wayne num dos seus faroestes sem poder carregar uma arma, ou um filme do Rocky de Stallone onde ele não pode socar a cara de outro lutador.

Eu acredito que nosso público é inteligente o suficiente pra saber que toda essa violência mostrada nos nossos filmes é estilizada e feita única e exclusivamente para a diversão das pessoas… E Kick-Ass 2 é um filme divertido, com coração e muito emocionante.

Vamos concentrar nossas ações sociais em violência de verdade, como a guerra do Afeganistão, a situação conturbada na Síria ou no fato de que o Superman quebra o pescoço de alguém.

Jim, eu te amo e espero que você reconsidere sua posição baseado em tudo que escrevi aqui. Você foi incrível neste filme, incrivelmente divertido e fiquei muito orgulhoso de tê-lo interpretando um dos meus personagens. Obrigado!

O que eu acho? Apesar de entender o ponto de vista de Jim Carrey, concordo com o ponto de vista do Millar acerca da violência estilizada do cinema… Se fazem filmes violentos há mais de 80 anos, e o mundo não se tornou mais violento por conta disso.

Só achei estranho o Jim Carrey ter demorando tanto tempo assim pra se manifestar sobre isso tudo.

Um Comentário

  1. Pobre Diabo

    Igual o Browce Williams depois de 11 de setembro. Disse que nunca mais conseguiria fazer um Duro de Matar. Era só cu doce e demonstração de boamocice.

  2. paulo

    Se fazem filmes violentos há mais de 80 anos, e o mundo não se tornou mais violento por conta disso.

    Os autores do livro Superfreakomics discordariam, embora se referindo especificamente a televisão e aos EUA, existe sim uma relação de influencia da violência mostrada na sociedade exposta a ela.

  3. “Vamos concentrar nossas ações sociais em violência de verdade, como a guerra do Afeganistão, a situação conturbada na Síria ou no fato de que o Superman quebra o pescoço de alguém”

    Legal foi ele dando “spoiler” de Superman uheuhaehuhea

  4. Junior Clímaco

    Só achei estranho ele ter lido o roteiro, assinado o contrato, gravado o filme, ter recebido o cachê e só depois reclamar do nível de violência.

    A única coisa que a violência consegue (no gibi, pelo menos) é deixar tudo muito chato.

    Acho que se ele se preocupa tanto com essa questão, então devia sair de Hollywood e ir vender cigarros paraguaios.

  5. Dick ViNgarista

    Acho que é porque eu não conhecia a HQ, mas só eu que fiquei incomodado de ver uma menina de 11 anos matando geral? Bem estranha essa mentalidade dos americanos, se fosse uma menina de 11 fazendo sexo eles não ficariam chocados?

    • THE NINDJA

      O triste é que sou velho o suficiente pra lembrar da época que o Millar era a grande promessa dos quadrinhos…

      Naquela época ninguém ainda havia percebido que ele era um escritor mediano que se sustentava somente pelo fator polêmica, frases de efeito e ação desenfreada (praticamente uma cria dos anos 80). Depois de Kick-Ass o cara perdeu a vergonha na cara e admitiu que só quer saber de criar, como você disse, storyboards para filmes B.

  6. “Vamos concentrar nossas ações sociais em violência de verdade, … no fato de que o Superman quebra o pescoço de alguém.”

    Ou seja “Veado é o filho do vizinho, o meu é um incompreendido.” hahahauahuaua.

  7. flasHQ

    Jim Carrey entrou em crise, bateu os pinos e se arrependeu, o cara teve uma infância pobre, passou por doença, não deve ser fácil, acho que é incoerente sua posição, mas compreendo que ele pode estar passando por alguma fase ou situação que acarretou isto.

    Glamorizarão da violência existe, mas se as pessoas passassem mais tempo vendo filmes, teriam mais cultura, e abririam mais sua visão, colocar um filme especifico ou que seja um estilo de filme como culpado,nem os Gore que o Sapão adora…

    Agora por exemplo, uma cara que começa a ver filme gay, ele ficou gay por ver os filmes ou ele só vê este tipo de filme porque já era gay?

    Quem tem repudio pela violência na arte não verá filme assim, quem entende que é uma representação artística não terá problema e quem tem fascínio por isto vai ver coisa mais pesada, do tipo Faces da Morte e ainda assim vai estar de certa fome dando vasão a sua necessidade ao ponto de não perder o controle, se perder é porque tem problema psicológico e neste caso, nem precisa ver filme pra sair fazendo merda.

    Acho que uma obra de arte pode ser bem crua e visceral, mas tem que ter algum conceito nisto, alguma proposta, de preferencia abrir alguma discussão interna no espectador. Vejo que o Millar não se propôs a isto pelo que diz no texto, é puro entretenimento, isto não torna a obra menor, apenas menos relevante. Gostei do primeiro e verei este segundo, mas não no cinema, espero que se tão bom quanto o primeiro, tenhamos um terceiro.

    • jesusunderline

      “Agora por exemplo, uma cara que começa a ver filme gay, ele ficou gay por ver os filmes ou ele só vê este tipo de filme porque já era gay?”

      Isso explica a opção sexual do Corto, depois de ler tantas HQs do bátema

    • Achei uma bosta a HQ, e o filme um pouquinho menos, mas ainda assim uma história bem boba e cercada de “romantismo cult”. O plot e a violência são tudo, mas como qualquer trabalho autoral de Millar se perde em muito besteirol. Pena. Gosto dele quando trabalha com personagens que não são seus. Pelo jeito seu forte é esse.

  8. Walter Supermercado

    A declaração do Mark Millar ainda alfineta o Superman assassino do Snyder! Hahahaha. Esse final de semana, o Max Landis (conhecido por ter escrito o roteiro de Poder Sem Limites) desceu a lenha no filme, criticando também Os Vingadores e o Homem Aranha Girafudo, por achar que os estúdios se preocupam mais com escalas do que com boas histórias. E eu concordo com isso. Aqui está o link da crítica do cara, que é filho do lendário John Landis: http://www.youtube.com/watch?v=aw_GlYve_Lg

  9. Mariane Gaspareto

    Eu só concordo com o Millar. Acredito que o Jim Carrey só disse essas coisas como ”descarga” de consciência por se sentir culpado de alguma forma (e por motivos pessoais) da violência. É uma falácia tenebrosa dizer que filmes violentos incitam o comportamento agressivo só porque um maluco curtia sanguinolência. Obviamente quem é doido e quer matar gente vai curtir filmes violentos, mas isso não significa que quem curte filme com sangue e porrada vai começar a descer o cacete na vida real. E essa discussão é velha. Acredito que o Jim Carrey foi impulsivo, ignorante e egoísta.

    • flasHQ

      Concordo, é claro que a vibração violenta do que consome pode sim estimular um comportamento interno, mas nunca é a origem dela, culpar um fator externo pelos seus atos é não assumir seus atos (e a maioria é imatura de não querer assumir e criar desculpa).

      Ninguém jamais é obrigado a fazer nada, elas fazem o que elas escolhem fazer, independente dos fatores externos, mesmo que só tenha aprendido coisas odiosas, você escolheu aceitar aquela informação como verdade e trem que assumir as consequências dela. (Ex: Feliciano e sua perseguição contra os homossexuais, um monte de “evangélicos” apoiando as sandices dele, mas as coisas preconceituosas e perversas que ele apoia não são originarias do cristianismo, e sim de uma sociedade que se dis cristã, se um “evangélico” aceita a retórica dele, aceitou porque tem a mesma deformação de valores dele e é responsável por esta visão, o infeliz do Feliciano só é uma fonte de afirmação de uma deturpação interna, é apenas um que externou sua maldade e egoisma ao qual a pessoa compartilha, se um dia ela se ver equivocada e voltar atrás, não adianta culpar o infeliz do Feliciano por externar sua opinião e até fazer um movimento neste sentido, porque quem aceitou apoias mesmo em que em um momento de equivoco e isto faz parte do aprendizado, tem que assumir que escolheu ser um perseguidor perverso de uma parcela da sociedade.).

    • Deatherminator Fantasma

      Mari Bugman, o jim carrey sobre um pouco da sindrome de peter sellers(caralho podcast tirado do tumulo),voce pode rir dele nos filmes, mas a RL dele mesmo casado e com filhos e tensa, ele tem depressão ate hoje por cuas ada vida dele, ele e uma pessoa legal, ele e muito depre e quieto fora das cameras.

  10. A sua mãe, aquela piranha

    não é e nunca foi material pra criança então fodam-se quem reclamar “da juventude que é exposta a material violento”

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